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  • Foto do escritorJairo Len

Roncos e Adenoide

A dificuldade respiratória noturna (e diurna) é um problema que acomete boa parte das crianças. Em muitas delas esta dificuldade não é notada pelos pais, exceto quando, por qualquer motivo, o filho vai dormir na cama deles: aí é notada a respiração ruidosa, com roncos e até apneias. As apneias são as interrupções respiratórias, neste caso obstrutivas. É muito importante que seja feito o diagnóstico e a conduta nestes casos de patologia respiratória obstrutiva do sono (PROS). Para que uma criança tenha roncos e apneia é necessário que exista, portanto, uma obstrução na via respiratória. Esta obstrução pode ser no nariz (septo, cornetos, pólipos), nas amídalas ou na adenoide (vulgo carne esponjosa). Na maioria das vezes o problema é "misto", com alergia associada à rinite, a amídalas e adenoide grandes.

Qual é o problema dos roncos e apneias? São dois problemas, para simplificar. Um, para o presente: estas noites muito mal dormidas (a criança parece que dorme, mas não descansa) serão refletidas em dias de pouca produtividade, cansaço, sono, dispersão, mau humor, baixo rendimento escolar. E isso se arrasta por anos e anos, trazendo prejuízos em vários setores do aprendizado. As alterações craniofaciais se iniciam... Outro, para o futuro: a respiração oral, portanto, traz inúmeras alterações a longo prazo na "ortopedia" craniofacial. O palato (céu-da-boca) vai ficando profundo, a arcada dentária não se desenvolve adequadamente, a fala pode ser prejudicada a médio prazo. O apinhamento dentário, por falta de espaço, pode ocorrer. Podem aparecer assimetrias faciais discretas, olheiras crônicas, mordida cruzada. O rosto de um adulto que sempre respirou pela boca pode ser reconhecido, devido a suas características adquiridas com o tempo: filtro nasal alongado, lábio superior curto e afilado, olheiras, boca entreaberta. E, no futuro, corrigir o problema desta respiração obstruída pode ser muito difícil.

A avaliação deste problema todo deve ser feita pelo pediatra e pelo otorrinolaringogista. O otorrino vai, através do exame clínico e da nasofibroscopia, avaliar onde está o problema. Através de exames de imagem pode dimensionar qual é a abordagem que deve ser tomada. O exame que demonstra definitivamente a qualidade do sono é a polissonografia. Nem sempre é necessária, e por mais que já humanizaram este exame, ele ainda é trabalhoso - pois monitora a noite toda de sono, no laboratório. É medida toda a atividade cerebral, as apneias, os momentos de baixa oxigenação, etc.... A polissonografia não é nada invasiva, não pica e não dói, mas é cansativa

, requer monitorização por uma noite. Das poucas vezes que pedi o exame, ele serviu para mostrar graficamente aos pais aquilo que já sabíamos - a necessidade de se tomar uma conduta o mais rápido possível na respiração obstruída dos seus filhos.



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