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Circuncisão - Algumas informações

Um assunto que sempre é comentado nas consultas pediátricas pré-natais, em gestantes de meninos, é a circuncisão. Abaixo, algumas informações que podem ajudar a entender esta decisão que é importante ser tomada no primeiro mês de vida.
A fimose e a realização da cirurgia para sua correção (circuncisão ou postectomia) são assuntos muito polêmicos quando se trata da sua realização logo ao nascimento.
 

Todos os meninos devem ser circuncidados assim que nascem? 
Porque em alguns países é tão comum esta cirurgia nos bebês?


Em primeiro lugar, é importante que se entenda a anatomia e fisiologia do pênis do menino.

Na figura 1 (abaixo) você vai notar um pênis não circuncidado. A glande é recoberta por uma pele chamada prepúcio. 

Esta situação é absolutamente normal, e em grande parte dos meninos a glande (que está recoberta pelo prepúcio) não é visível nem exteriorizável: o prepúcio está aderido à glande.
 

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Aos 3 anos de idade, em 98% dos meninos o prepúcio já é retrátil, ou seja, a glande é exteriorizável quando o prepúcio é “puxado” para trás. Isto vai acontecendo naturalmente ou com a ajuda dos pais, realizando, no momento da limpeza diária do pênis, uma tração (“exercício”), no sentido de exteriorizar a glande. 

Na figura abaixo vemos um pênis circuncidado. A circuncisão é uma cirurgia para remover o prepúcio - a pele do pênis - que cobre a glande. Alguns acreditam que, depois do corte do cordão umbilical, a circuncisão seja provavelmente o mais antigo tipo de cirurgia. O termo circuncisão deriva da junção de 2 palavras latinas, circum e cisióne, e significa literalmente "cortar ao redor". Atualmente, a circuncisão masculina ainda é praticada em muitos lugares do mundo como rito religioso e também social por vários povos, tais como judeus e muçulmanos. Após a cirurgia, a glande fica permanentemente exposta.

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FAZER OU NÃO FAZER CIRCUNCISÃO ?

 

Muitas vezes, quando nasce um menino, os pais ficam em dúvida quanto à realização da circuncisão.

De acordo com a Academia Americana de Pediatria, “existem evidências científicas demonstrando potenciais benefícios médicos da realização da circuncisão em recém nascidos do sexo masculino, porém não há uma recomendação na circuncisão de rotina nos bebês”. Portanto, ainda que existam benefícios em se fazer a circuncisão, não existe uma recomendação absoluta de fazê-la em todos os bebês.

Vale a pena submeter o recém nascido a um procedimento cirúrgico que não é fundamental à sua vida? Quais são estes benefícios que fazem com que 65% dos bebês nascidos nos Estados Unidos e 48% dos nascidos no Canadá sejam circuncidados? Alguns dados científicos mostrados abaixo sustentam as correntes que são a favor da circuncisão:

• Os meninos circuncidados têm 12 vezes menos chances de apresentar Infecção do Trato Urinário que os não circuncidados.

• Apesar de ser raro, o Câncer de Pênis tem incidência 10 vezes menor nos circuncidados ao nascimento.

• Nos países aonde a circuncisão é feita em todos os meninos (países islâmicos e Israel) os índices de Câncer de Colo Uterino são os mais baixos do mundo. Este fato demonstra a relação entre circuncisão e higiene da glande, um dos fatores determinantes do câncer de colo de útero. Também existe relação com a menor chance dos homens circuncidados adquirirem e transmitirem o HPV (Papilomavirus), um dos causadores do câncer de colo uterino.

• Estudos recentes mostram que a chance de se adquirir doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS, diminui cerca de 50 a 70% em homens circuncidados. O mesmo vale para o papilomavírus, hepatite C, entre outras.

• Recente estudo (de 2012) mostrou que os homens circuncidados tem índices 15% menores de risco de câncer de próstata. Isso é atribuído a fatores ligados à higiene e bactérias presentes entre a glande e o prepúcio.

 

• Recentes estudos mostram que os homens circuncidados tem índices 15% menores de risco de câncer de próstata. Isso é atribuído a fatores ligados à higiene e bactérias presentes entre a glande e o prepúcio.

Pesquisas científicas relatam que não há diminuição no prazer sexual de homens circuncidados, ao nascimento ou posteriormente.

E quais são os problemas frequentes vistos em bebês não circuncidados na prática pediátrica?

Quando a glande não é totalmente exteriorizável (fimose) pode haver problemas para a higienização do pênis no dia a dia. Existe a retenção de ‘smegma’ (substância branca produzida pela mucosa da glande que fica acumulada entre o prepúcio e a glande), a balano-postite (infecção da glande), a parafimose (exteriorização forçada da glande com ‘estrangulamento’ da mesma), entre outras.

No Brasil, o número de meninos circuncidados ao nascimento é muito baixo. Normalmente os Judeus e Islâmicos realizam rotineiramente a circuncisão nos seus descendentes. Muitos pais que tiveram que ser circuncidados por causa de fimose na sua infância ou adolescência também preferem ter seus filhos circuncidados logo após o nascimento.

Existem diversas técnicas cirúrgicas para a circuncisão: Glomco, Plastibell, Mogen. A decisão depende do médico que realizará a cirurgia, que pode ser um cirurgião pediátrico, urologista ou plástico. Em recém nascidos normalmente é utilizada anestesia com EMLA® (creme anestésico) e/ou anestesia local. O pós-operatório é simples, com realização de curativos pela mãe 2 ou 3 vezes ao dia. 

A cirurgia pode ser realizada em centro cirúrgico hospitalar, mas há médicos que realizam no próprio consultório. A criança é operada e tem alta logo em seguida.

 

FAZER A CIRCUNCISÃO EM RECÉM-NASCIDO OU NÃO FAZER? 

A decisão é sempre dos pais, aconselhados pelo pediatra e por parentes e amigos que já passaram pela mesma dúvida.

Não existe uma rotina médica estabelecida para a realização da circuncisão em todos os recém nascidos do sexo masculino.

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