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Amamentação - Livre Demanda?

Apesar de ser uma coisa natural, a amamentação sempre é motivo de controvérsia em relação a diversos aspectos: alimentação da nutriz, concentração do leite, idade ideal do desmame, duração da mamada em cada mama e, invariavelmente, o intervalo entre as mamadas.

Este aspecto - o intervalo entre as mamadas - talvez seja o que mais suscite dúvidas e opiniões diversas. O bebê deve mamar sempre que solicitar? O bebê deve mamar sempre que chorar? Porque em alguns horários 'parece' que a criança quer mamar a todo instante?

Para responder estas perguntas, inicialmente precisamos entender o processo de aleitamento materno.

A mulher, diferentemente de outros mamíferos, produz o leite para cada mamada. Pode haver sobra de leite após a mamada, mas isto não é o mais comum.

O maior estímulo para a produção do leite é a sucção da mama pelo lactente. Quando o lactente suga, um nervo leva este estímulo da mama para o cérebro da mãe, que produz um hormônio chamado prolactina. A prolactina estimula a produção do leite. Quando a criança suga, novamente estimula a prolactina, e assim por diante.

Mas, para que se tenha um bom estímulo para a produção de rprolactina deve haver um intervalo mínimo de cerca de 2 horas entre uma mamada e outra. Desta forma há uma liberação maciça da prolactina pela mãe. Com intervalos regulares, portanto, a produção de leite materno é otimizada.

Outro ponto: a mãe demora cerca de 2 a 3 horas para produzir o leite suficiente para uma mamada. Se a criança mamar a cada 30 minutos ou sempre que chorar, ela vai estar diante de uma mama com pouco leite. Vai mamar pouco e logo ter fome novamente. E este círculo vicioso é prejudicial. A mãe e o bebê não descansam e a 'prolactina' não é estimulada.

Em pouco tempo a amamentação passa a ser mais complicada, menos prazerosa, e o risco de desmame é maior.

Portanto, o ideal é uma criança que aguarda cerca de 3 horas e vai ao peito com fome, e uma mãe que neste intervalo produziu bastante leite que satisfaça o seu filho por mais 3 horas - ou até mais. Este ritmo pode ser atingido lentamente, podendo demorar cerca de 1 a 2 meses.

Existe um outro ponto importante, que é o lado psicológico.
Nem sempre que um recém nascido chora ele tem fome. Pode ser cólicas, gases, calor, susto, 'manha'... 

Se a criança é acostumada a mamar (= comer) sempre que sente alguma sensação desagradável, vai acreditar que é através da boca e da alimentação que se resolve qualquer problema. No futuro (não muito distante) vai acalmar-se através da comida, na geladeira, com um pacote de bolacha, com um chocolate.

A alimentação - no caso a amamentação - deve ser um processo natural e prazeroso, com horários e regras pré estabelecidos. Desta forma trará todos os benefícios do leite materno à criança e tornará a amamentação uma fase extremamente agradável para a mãe.

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